Lançado em 2004 com direção de Alexander Witt, Resident Evil 2: Apocalipse é a sequencia da adaptação do famoso jogo de survival horror Resident Evil. Lembro-me que quando foi lançado o filme eu tinha 11 anos de idade e, assim com eu já havia gostado muito do primeiro, esse tornou-se o meu favorito dessa franquia que eu acompanhei inteira!
Quando o primeiro filme foi lançado, as vídeo locadoras viviam seus últimos anos de glória e RE era um dos filmes que mais alugava. Quando o 2 foi lançado, em minha cidade o hype era muito grande.
O filme acompanha ainda Alice interpretada por Milla Jovovich (de quem eu já era muito fã desde ter assistido Joana D'arc) que, após sobreviver aos eventos da colmeia no primeiro filme se vê em uma Racoon City completamente devastada pelo T-vírus que e cercada pela Umbrella Corporation que está impedindo que as pessoas saiam da cidade para que a infecção não se espalhe. No caminho ela encontra alguns personagens (que conhecemos dos jogos, algo que não aconteceu no primeiro filme) tais como Jill Valentine (interpretada por Sienna Guillory) e Carlos Oliveira (interpretado por Oded Fehr).
Ok, é complicado. Eu já conhecia os jogos. Já havia jogado o primeiro RE, porém era algo ao qual eu, na época, não tinha muito apego (confesso até que tinha medo de jogar HUEHUEHUE'), porém quando eu vi o primeiro filme eu amei e então fui atrás dos jogos e tornei-me fã. Hoje, conhecendo bem a mitologia do jogo, eu consigo entender quem odeia a franquia no cinema.
Claro, devemos ter em mente que quando se adapta algo de outra mídia para o cinema, são linguagens completamente diferentes cujo nome já é autoexplicativo: ADAPTAÇÃO, logo, podem-se tomar liberdades poéticas e compor novas histórias, embora isso seja bem arriscado, foi o caminho que Paul optou quando começou com suas adaptações.
Paul W.S Anderson
Longe de ser um gênio do cinema, Paul W.S Anderson já havia se aventurado com adaptações de games em 1995 quando adaptou Mortal Kombat aos cinemas e, assim como todo mundo diz, é um filme que para sua época é bom. Digamos que "o moço é esforçado". O projeto começou em 1999 e a intenção original do primeiro filme era ter o pai do gênero de zumbi George A. Romero (que até escreveu um roteiro para o projeto) e teria Jill como protagonista. O tempo foi passando, o projeto foi mudando conforme o tempo foi passando, as diferenças criativas entre Romero e os produtores o fizeram abandonar o projeto que foi engavetado. Paul entra em cena em 2000 e convence a darem continuidade ao projeto e as primeiras atrizes a serem sondadas foram a maravilhosa Sarah Michelle Gellar do hit da época Buffy, A Caça-vampiros e a insuportável (e inexplicavelmente) oscarizada Gwyneth Paltrow, porém nenhuma das duas aceitou o papel, então chegaram a Milla e o projeto saiu do papel com a história original escrita e dirigida por Paul. A história do primeiro filme usa o plot do jogo da mansão e da instalação subterrânea, porém fora isso pouco tem a ver com o primeiro jogo da série, então no segundo filme que, embora fora dirigido por outra pessoa, o roteiro do segundo filme embora siga a história de Alice , esse é um pouco mais próximo aos jogos.
a protagonista da franquia, Alice
Dando sequência a história de Alice, após os eventos do primeiro filme ela e o outro sobrevivente, o militante ambientalista Matt, interpretado por Eric Mabius, são levados para um hospital onde são submetidos a experimentos genéticos que conferem à Alice os mesmos poderes que Nemesis, a grande ameaça direta do filme.
o boss do filme, Nemesis.
No design dos personagens é onde vemos que havia alguma primazia, alguns intenção dos realizadores a serem fieis ao jogo. Nemesis é identico ao do jogo e torna-se uma ameaça gráfica tão forte quanto nos jogos, embora aqui como ele tem um inimigo a altura, ele torna-se uma ameaça menor (embora a principio não saibamos disso), até que vem o momento em que ocorre o primeiro combate entre Alice e Nemesis, pois sim, eles de tapam na porrada de igual para igual. Isso definitivamente é uma das coisas mais problemáticas do filme. Embora haja uma explicação para tal, pois Alice e Matt passaram pelos mesmos testes, enquanto ela se adaptou ao T-vírus em um nível celular (Alice uniu-se perfeitamente ao vírus) o corpo de Matt rejeitou a tal forma que provocou as mutação absurdas que resultam nele tornando-se o Nemesis. ao fim do filme eles são obrigados a lutar novamente e PASME: Alice derruba Nemesis no soco. Como eu disse anteriormente, eu consigo entender completamente a frustração dos fãs dos jogos ao verem o filme.
confronto entre Alice e Nemesis
Ao decorrer do filme vemos muitos tributos sendo prestados aos jogos, goste você deles ou não. Há, por exemplo, um momento na rua onde um confronto entre policiais e zumbis em uma rua destruída de Racoon City recria muito bem a cut scene inicial do jogo Resident Evil 3: Nemesis, o que serviu de base para o roteiro de Paul, porém o que mais gosto nesse filme é a Jill Velentine.
Jill Valentine
O trabalho corporal de Sienna como Jill e sensacional! Dá para ver que ela estudou a personagem. Paul compôs uma Jill fodona que está preparada para tudo. diferente da personalidade da Jill do jogo, a do filme nos é apresentada como uma policial afastada devido sua conduta que resultou em mortes, ela é membro dos S.T.A.R.S grupo tático da polícia de Racoon que Nemesis é enviado para caçar. Jill tem por objetivo fugir da cidade, assim como no jogo.
Ela, Carlos junto a mais dois mercenários da Umbrella e Alice se cruzam quando o dr. Ashford (interpretado por Jared Harris) o inventor do T-vítus os faz uma proposta: se eles salvarem Angela, sua filha pequena (interpretada por Sophie Vavasseur) que está perdida na cidade após um acidente de carro, ele, que está os acompanhando pelas câmeras de vigilância da cidade, os guiará para o helicóptero da Umbrella que os tirará da cidade antes que o míssil atômico destrua completamente a cidade até o amanhecer. Sem muitas opções, eles aceitam o acordo e esse é o plot central do filme.
Alice, Angela e Jill
Claro, hoje revisitando a obra eu consigo notar erros que antes não notava, em especial os buracos no roteiro que dá pra ver que foram apenas descuidos bobos, tais como quando a Alice diz a Jill que seu companheiro que foi mordido por um zumbi se tornará também zumbi em um hora, no máximo duas e mais para frente quando encontram Carlos que diz que foi mordido a três horas, ela diz que é seu "dia de sorte" pois agora eles tem o antivírus para aplicar nele, são coisas "bobas" que uma revisada final teria corrigido, mas mesmo assim eu considero um entretenimento válido para quem quer "desligar o cérebro" por algumas horas, assim como todos os demais filmes, porém esse aqui eu considero um dos meus maiores guilty pleasures da vida.
Vale ressaltar que Paul construiu uma carreira nos moldes Michael Bay de se fazer cinema. Investe muito em efeitos especiais e quase nada em roteiro e ele tem uma adoração em especial por adaptar jogos para as telas. Como eu já comentei, o primeiro foi o Mortal Kombat, depois vieram os RE, franquia que agora já conta com 6 filmes e há a adaptação de Monster Hunter que foi adiado no Brasil devido ao COVID-19, mas já estreou em países asiáticos e, como de costume, o filme é protagonizado por Milla (esposa do diretor desde 2009 e que está em quase todos os filmes dele) e já foi massacrado pela crítica. Há também uma adaptação de MediEvil que a muito tempo vem sendo comentado (e adiado).
e Resident Evil 6: O Capítulo Final, todos com a participação de Paul, seja na direção ou no roteiro, porém nem tudo está perdido! Para os fãs dos jogos, há as animações que complementam as histórias dos jogos.
Resident Evil: Degeneração de 2008, onde acompanhamos Claire e Leon presos em um aeroporto que está em quarentena devido a uma contaminação, Resident Evil: Condenação de 2012 que mostra Leon em uma missão em um pequeno país asiático que está sendo vítima de um ataque terrorista e Resident Evil: A Vingança de 2017 onde vemos Leon e Chris Redfield precisando lidar tanto com ataques de terrorismo biológico quanto precisam resgatar Rebecca Chambers do terrorista que a sequestrou.
Como a franquia de Alice está, em teoria, acabada, já está em pós-produção um novo Resident Evil que será fiel aos jogos tendo como protagonistas o quarteto mais famoso da franquia: Jill Valentine, Claire Redfield, Chris Redfield e Leon S. Kennedy.
PS: Se você ainda não viu o filme e tem interesse, dá uma procuradinha marota no youtube que você o encontra lá completinho e dublado.
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