Enaltecendo Julianne Moore.



Cristal sem defeitos da atuação, sem dúvidas uma das melhores atrizes em atividade em Hollywood e umas das minhas atrizes favoritas (entre as 5!), nascida Julie Anne Smith, Julianne Moore é uma atriz norte-americana com mais de 30 anos de uma carreira muito prolifera com mais de 80 filmes em seu currículo (e aumentando, há vários projetos para estrear ainda), ela é a definição de versatilidade. Faz filmes de todos os gêneros e, mesmo sendo ganhadora do oscar, ela não é apenas uma estrela de blockbusters, pois vira e mexe ela estrela algum filme de baixo orçamento ou obras onde ela interpreta alguma coadjuvante com pouco tempo de tela. 
      Vou listar as minhas 5 performances favoritas de Julianne.


   Obra prima, Ensaio Sobre a Cegueira de 2008 dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles (de obras como Cidade de Deus e a série Felizes Para Sempre?) o filme é um microcosmo da sociedade: um surto de cegueira atinge uma sociedade. Nada se sabe sobre essa doença, sobre como ela é transmitida, se a cegueira é temporária, se há cura ou algum tratamento. O governo, sem saber o que fazer, monta instalações para onde ele envia os cegos e é neste ambiente onde a trama se desenvolve. 
      Em momento algum somos apresentados ao nome do lugar onde a história de passa e nem aos personagens. Julianne interpreta a protagonista conhecida como A Mulher do Médico, cujo marido, o Médico, um oftalmologista veja só a ironia, é enviado para uma das instalações do governo para os cegos e ela decide ir junto, porém sua visão não foi afetada, e ela decide guardar isso em segredo, apenas seu marido sabe. A trama se desenrola abordado temas delicados como socialização, relações de poder, estupro, homicídio e todos os limites humanos. Julianne entrega uma atuação perfeita como aquela mulher que apenas lida com tudo. Em momento algum ela foi prepara para ser, por exemplo, uma líder (o que ela poderia conseguir facilmente sendo a única pessoa que enxerga) ou a "salvadora", posição que ela evita. As nuances de sua atuação ficam evidenciadas em momentos de conflito muito memoráveis tanto com os demais internados ao ponto que a instituição começa a ser cada vez mais negligenciada e superlotada aos momentos de conflito interno, como quando ela presencia uma traição e precisa lidar com isso. Ótima pedida, se você ainda não viu, não sei o que vocês está fazendo da sua vida!



Um dos filmes mais sensíveis e bonitos que já vi na vida e com o elenco encabeçado por um elenco incrível com nomes como Nicole Kidman (inclusive levou o oscar por sua interpretação de Virginia Woolf), Meryl Streep (dispensa apresentação), Toni ColletteClaire Danes e Allison Janney, esse clássico instantâneo de 2002 entrelaça a história da própria Virginia com sua obra mais célebre mrs. Dalloway, onde acompanhamos os dramas vividos por Virginia antes de seu suicídio e em paralelo acompanhamos a história de Clarissa (Streep) que está preparando uma festa para seu ex-companheiro, e hoje seu amigo, que escreveu um livro de memórias sobre a doença que vem o deixando muito debilitado.
Evitando spoilers, o que posso dizer é que o filme se passa em três linhas temporais diferentes que no fim convergem e Julianne interpreta Laura, uma mulher grávida e com um filho pequeno nos anos 40 que precisa tomar uma decisão muito importante, o que irá desencadear muitos eventos no futuro da história. Uma verdadeira obra de arte!



Julianne conseguiu uma façanha consideravelmente rara no ano de 2002: foi indicada em duas categorias do oscar. Concorreu como melhor atriz coadjuvante em As Horas e como melhor atriz em Longe do Paraíso. Aqui, ela interpreta uma dona de casa dos anos 50 que é extremamente dedicada a seu marido que ela ama muito e sua casa, porém ela descobre um segredo de seu marido que pode jogar tudo pelos ares. Não posso falar muito para não estragar o plot, mas aqui ela interpreta uma mulher lidando com o maior dilema de sua vida, após o conto de fadas que ela vivia ser despedaçado por uma mentira, aparentemente, sem perdão. Esse é daqueles tipos de filme que quanto menos você souber, melhor.



1999 foi um ano magnífico para o cinema com obras atemporais como Matrix, Clube da Luta, Beleza Americana e Magnólia. Dirigido pelo mestre cult Paul Thomas Anderson, o filme conta uma série de histórias que se convergem a partir de uma alegoria bíblica e uma série de acontecimentos infelizes, sendo a história toda permeada pelo acaso, pelas coincidências como vemos no monólogo de abertura do filme, monólogo esse que por sinal é genial! Aqui ela interpreta Linda, uma jovem esposa que casou-se com um homem muito mais velho do que ela que está acamado e muito debilitado, a beira da morte lutando para que a dor do marido acabe e sentindo-se muito culpada porque acha que não pode fazer mais nada por ele. Inacreditavelmente ela não foi indicada ao oscar por este interpretação, mas ela está impecável, sem dúvidas e uma das interpretações mais fortes de sua carreira. O filme tem 188 minutos de duração (3h08 de duração) mas vale a pena cada segundo!





Filme de 2007 que foi muito pouco comentado (infelizmente), é inspirado na história real da socialite Barbara Daly Beakland. O filme decorre em várias épocas da vida de Barbara entre os anos 50 a 70, focando na conturbada relação com o marido (que se torna ex-marido) mas, principalmente com seu filho, numa igualmente boa interpretação de Eddie Redmayne em começo de carreira no cinema. A relação do dois (mãe e filho) é doentia a um ponto de terminar em um tragédia. Um filme sensível, forte, assustador, dramático e polêmico e a interpretação de Julianne entrega tudo a que ela se propõem.

Claro, nem só de sucessos vive uma carreira, ela tem vários filmes, ditos, ruins em sua filmografia tais como o remake de Carrie, a EstranhaO VidenteO Sétimo Filho,  e aquele remake bizarro de Psicose, mas há sempre uma unanimidade quando ela participa de algum filme ruim: a interpretação dela poucas vezes é criticada, aquele famoso "carregou o filme nas costas". Há outros muitos filmes cultuados na carreira dela também como Para Sempre Alice que lhe rendeu o oscar de melhor atriz, onde ela dá a vida a uma professora que é diagnosticada com mal de Alzheimer. Em Amor Por Direito inspirado na história real da detetive da policia Laurel Hester (papel de Julianne) que foi diagnosticada com câncer que irá matá-la, então ela decide começar a lutar para que sua relação homoafetiva com sua mulher (interpretada por Ellen Page) seja reconhecida judicialmente para que ela possa receber pensão quando Laurel morrer. Em Mapas Para As Estrelas, uma obra sobre obsessão doentia por estrelas de Hollywood, Julianne interpreta uma atriz surtada. Há também os dois últimos filmes da saga Jogos Vorazes onde ela interpreta a presidenta Alma Coin do distrito 13 que ajuda Ketniss a derrubar o governo da capital, para interesses próprios.
Mas ao final dessa lista, o que eu preciso que vocês entendam é: Julianne Moore, você é perfeita!


PS: Minha paixão por Julianne começou em 2004 quando assisti Os Esquecidos, onde ela interpreta Telly Paretta, uma mãe que um ano após a trágica morte de seu filho precisa provar que ele existiu, de fato, porque todos ao seu redor, aparentemente, esqueceram da existência dele, incluindo seu marido e seu psiquiatra, que tentem convencê-la de que ela é louca, pois todas as provas que ela tinha da existência do seu filho (fotos, vídeos, coisas dele) desapareceram. Perfeito, um dos meus guilty pleasure, amo e vou defendê-lo.

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