Enaltecendo: Angelina Jolie.


Com 45 anos de idade e quase 40 de carreira, Angelina Jolie começou muito cedo na carreira artística. Filha do oscarizado Jon Voight, com quem sempre teve uma relação conturbada, Angelina é hoje, sem dúvidas, um dos maiores nomes femininos de Hollywwod. Dona de uma beleza estonteante, ela é atriz, diretora, roteirista, filantropa humanitária, embaixadora de boa vontade da ONU, dona de títulos de nobreza britânica e supermãe (de 6 filhos, dos quais 3 são adotados de regiões paupérrimas onde ela faz trabalho voluntário), desde sempre foi mega sensata (embora já tenha sim se envolvido em alguns rolês meio estranhos que eu vou comentar um pouco mais pra frente), ela é uma das maiores musas contemporâneas do cinema e sem a menor dúvida fará parte do panteão sagrado do cinema ao lado de nome como Elizabeth Taylor e Marilyn Monroe (inclusive, a história dela e de Marilyn tem alguns pontos em comum, como por exemplo não ser muito levada a sério no começo da carreira ou a relação conturbada que ambas tiveram com suas mães).
Eu amo Angie desde os anos 90, quando ela ainda era a musa freak que andava com um colar que continha sangue do então marido dentro que ambos usavam como aliança, então foi BEM difícil escolher apenas 5 trabalhos dela para listar, pois eu amo quase tudo o que ela fez.
Lembrando que a lista a seguir não se refere aos melhores filmes dela (em termo de críticas e aclamação), mas sim o meu gosto pessoal.


Gia: Fama e Destruição.
Feita para a TV (produção da HBO) em 1998 e com direção de Michael Cristofer, a cinebiografia de Gia Carangi, primeira modelo norte-americana a conseguir o status de supermodelo.
Angelina já havia deixado claro que não seria a sua beleza que definiria seus papeis. Ela já tinha feito obras como Hackers - Piratas de Computador e Rebeldes que sim, ela sempre teve um sex appeal forte e que sempre soube ser uma mulher linda, porém ela não iria se limitar a isso buscando sempre personagens complexos e foi exatamente isso que ela encontrou na vida de Gia.
Homossexual, viciada em heroína e posteriormente infectada pelo vírus HIV devido a compartilhar seringas para uso de drogas, Gia, como bem diz o título do longa, foi da fama a destruição. O filme retrata o começo meteórico da carreira da modelo até o fim de sua vida quando ela teve problemas de saúde graves decorrentes da AIDS, que nos anos 80 estava no auge da epidemia e pouco, quase nada, se sabia sobre a doença. Angelina pegou toda a complexidade dessa personagem e trouxe para a tela de forma visceral! É sem dúvidas um dos melhores trabalhos da Deusa Jolie, tanto que lhe rendeu o globo de ouro na categoria de melhor atriz em minissérie ou filme para TV. É um dos primeiros filmes de Angelina e fazer barulho em Hollywood e ela já deixou bem claro a que tinha vindo.
O filme conta também com Mila Kunis interpretando Gia quando criança, Elizabeth Mitchell como Linda, a parceira de Gia e a oscarizada Faye Dunaway no papel de Wilhemina Cooper, modelo e dona da agência que foi mentora de Gia. 

Fun Fact: Faye tem fama de ser "difícil de trabalhar", o que rendeu "ótimas" histórias, tais como reza a lenda que ela teria jogado um copo de mijo no diretor [e estuprador foragido] Roman Polanski durante as gravações do maravilhoso Chinatown, ao qual ela foi indicada ao oscar e atuou ao lado do ícone Jack Nicholson ou o ódio que ela conseguiu gerar na lenda do cinema Bette Davis com quem atuou em 76 no telefilme O Desaparecimento de Aimee. Davis (Musa! minha atriz favorita) disse posteriormente que Dunaway era a "pior pessoa em Hollywood" (como você pode ver clicando aqui). Anos mais tarde Dunaway aceitou o papel de Joan Crawford (maior inimiga de Bette Davis) em Mamãezinha Querida, cinebiografia (extremamente tendenciosa) adaptada do livro de mesmo nome escrito por uma das filhas de Joan que relata vários abusos supostamente cometidos pela atriz. Mamãezinha Querida foi uma bomba tão grande na carreira de Dunaway que, embora hoje leve o selo de clássico cult, na época enterrou sua carreira e ela nunca mais conseguiu papeis de protagonismo, nem sequer de grande destaque.


Garota, Interrompida.
Já no ano seguinte pós Gioa, Angelina chegou com os dois pés no mainstream. Conhecida em seu nixo e já com um legião de fãs, em 1999 ela foi a coadjuvante Lisa Rowe na magnífica obra de arte, cristal sem defeitos Garota, Interrompida dirigido por James Mangold. Como você pode ver, o avatar do meu perfil é uma foto da Angelina no papel de Lisa. Eu venero esse filme!
O filme conta com um elenco estelar que conta com nomes como Winona Ryder que estava no auge de sua carreira na época, a maravilhosa e saudosa Brittany Murphy mostrando que sua atuação poderia sim ir muito além da comédia, Angela BettisClea DuVallElisabeth MossJared LetoVanessa Redgrave e Whoopi Goldberg (que embora esteja cancelada depois de todas aquelas merdas que falou em relação a Bella Thorne, eu vou enaltecer mesmo assim, pois aqui ela está excepcional).
Outra cinebiografia, esse aqui conta a história de Susanna Kaysen (Winona), uma jovem que é internada em uma clinica psiquiátrica após o que os pais dela entenderam como uma tentativa de suicídio por remédios. O filme, assim como o livro escrito por Susanna, focam na relação interpessoal entre todas as internas daquele hospital, com destaque para a personagem Lisa (Angelina), uma sociopata extremamente carismática que já fugiu e foi presa novamente várias vezes. 
Nesse momento, permitam-me uma opinião mais passional a respeito do filme:
Deveria ter a categoria 'Garota, Interrompida" no Oscar, no Globo de Ouro e no festival de Cannes e todo mundo que participou desse filme deveria ganhar um prêmio só por ter feito parte dessa obra de arte, MEU DEUS COMO EU AMO ESSE FILME! Nas categorias de atuação está tudo no ponto, Angelina, a Whoopi, a Wynona, a Brittany (saudades eternas! <3) ,a Clea, o Jered, a Angela, a Elizabeth, a Vanessa, está todo mundo perfeitamente encaixado nesses papeis perfeitos dessa história perfeita, caralho, eu venero esse filme! Embora ele seja completamente diferente da real história da Susanna a gente nem consegue odiar por ele não ter absolutamente nada a ver com o livro, mas é tão perfeito que não tem como não amar! Na primeira vez que vi esse filme eu não fui capaz de compreender toda a genialidade do roteiro na complexidade das personagens, mas agora revendo ele eu vejo que as sutilezas e os extremos encaixam-se perfeitamente em cada momento, a construção das personagens é divina, você entende e se simpatiza com cada uma delas, além de tocar em pontos delicados e fundamentais da sociedade como a segregação que as mulheres são submetidas, seja sexual ou física, coisas que aconteciam nos anos 60 e ainda são presentes, como a repressão sexual, incesto, abuso sexual e o racismo. Vemos mulheres sendo internadas em manicômios exatamente como na idade média pelo simples fato de gostarem de sexo e como as doenças mentais não são levadas a sério e são usadas como desculpas para que a família "se livre" de um ente "problemático" e ainda o modo como as pessoas se culpam pelo suicídio de alguém próximo e o conflito dentro da cabeça da pessoa entre tentar encaixar-se no mundo onde você é algo completamente aposto ao que a sociedade cobra que você seja. Ok, eu estava um pouco eufórico quando escrevi esse comentário, mas essa é a minha real opinião sobre esse filme, Garota, Interrompida é minha religião, Garota, Interrompida eu te venero!
Sério, se você ainda não viu esse filme, eu não sei o que você está fazendo da sua vida. Angie levou seu primeiro oscar por esse filme, não é para menos, ela está visceral no papel de Lisa.


Porém aqui, precisamos comentar um dos rolês aleatórios que eu comentava lá em cima que Angie se meteu. Ela sempre fora meio freak, e por sua performance como Lisa ela ganhou tanto o globo de ouro quando o oscar ambos na categoria de melhor atriz coadjuvante, eis que ela levou seu irmão como companhia no oscar daquele ano e foi meio tenso o negócio. Durante seu discurso houveram alguns momentos meio cringe em que ela disse coisas como I'am so in love with my brother right now (algo que podemos traduzir como "estou tão apaixonada por meu irmão nesse momento") em seu discurso de agradecimento do oscar e James Haven Voight (o irmão) e ela ficaram juntos, bem juntos, a noite toda. Dá uma procurada aí no google que você acha até fotos dos dois trocando selinhos (em mais de uma ocasião), porém tudo especulação. É estranho? Bizarro eu diria, mas Angie no começo da carreira queria mesmo era causar, creio que foi isso o que ela fez naquela noite. 


PS: O vestido dela recebendo o oscar é um dos melhores looks da história da premiação.
PPS: Existem fotos da Angie beijando a Madonna também, e momento mais perfeito do que esse, eu desconheço.


Lançado em 2002 com direção de Stephen Herek, esse é uma das poucas comédias românticas protagonizadas por Angelina, um nixo ao qual ela pouco se aventurou.
A essa altura, o nome de Angelina vinculado a um trabalho (principalmente de ação) era garantia de retorno, porém aqui foi diferente. Com custo de 16 milhões aproximadamente entre produção e marketing, a arrecadação do filme foi de 40 milhões, não deu prejuízo, porém não foi o que o estúdio esperava. Eu me arrisco a dizer que o filme causa um certo estranhamento porque estávamos sempre tão acostumados a ver Angie interpretando mulheres duronas em filmes de ação ou suspense que quando ela surgiu como uma clássica megera a ser domada em uma comédia romântica, causa um pouco de estranhamento mesmo.
Maquiada com um verniz blonde bombshell a la Marilyn, Angie interpreta Lanie, uma jornalista de um jornal local que certo dia se depara com um profeta de rua que vem acertando suas previsões, dentre as quais ele lança duas: o placar de um importante jogo de futebol americano e que Lanie irá conseguir a promoção que tanto quer, porém que irá morrer dali a sete dias. A princípio cética quanto às previsões, com o tempo Lanie vai ficando amedrontada conforme as demais profecias vão se realizando ao mesmo tempo que um romance mau resolvido de seu passado volta a sua vida. 
É um filme era-defining que todo mundo precisa assistir? Não, mas é um daqueles filmes perfeitos para quando você quer desligar o cérebro ou curtir um domingo de ressaca com algo leve, além de que eu tenho um carinho muito grande por ele por podermos ver Angie em um dos estilos que ela pouco se aventurou.


Sr. e Sra. Smith.
Confesse: Você imaginou que esse filme estaria aqui, simplesmente por ser uma listada Angelina ou no momento em que falei que comentaria sobre os rolês estranhos da atriz...
Lançado em 2005 com direção de Doug Liman, o filme foi marcado pelos bastidores super comentados na época que envolviam toda a tensão sexual entre os protagonistas Angelina e Brad Pitt, que viriam a se tornar um casal depois de trabalharem juntos. 
O filme conta a história de John (Brad) e Jane (Angelina) um casal suburbano que leva uma vida secreta: sei que o outro saiba, ambos são assassinos de aluguel. Um dia, ambos recebem a missão de matar um ao outro e precisam decidir o que farão, tento em vista que seu casamento e toda a sua história são mentiras organizadas pelas agências que eles trabalham. O terceiro ato conta com alguns furos e o desenrolar do enredo apresenta alguns furos, todavia é um filme super farofa, daqueles de juntar toda a galera para assistir num sábado a tarde com um balde imenso de pipoca, além de que Angelina está no auge de sua beleza!
Mas eis que surge o rolê complicado da história. Brad quando começou as filmagens desse filme ainda estava com sua ex-esposa, a igualmente maravilhosa Jennifer Aniston. Como revelado por ambos posteriormente, o casamento já não ia bem e os dois estava muito distantes e ao gravar com Angie, Brad decidiu pelo divórcio para poder ficar com Angie. Reza a lenda que ambos já se pagavam enquanto Brad ainda era casado, porém sempre negaram, ambos afirmam que apenas saíram juntos quando Brad oficializou o final do casamento.


Proprietária na empresa "Cinebiografias", aqui temos Angie mais uma vez dando vida a uma personagem inspirada em eventos reais. Lançado em 2008 com direção do incrível Clint Eastwood, o filme conta a história de Christine Collgins, uma mãe solo nos anos 1928 cujo filho desaparece e algum tempo depois do rapto a polícia local aparece com uma criança que alegam ser o filho de Christine que foi encontrado, porém é a criança errada. Christine então entra em uma batalha até as últimas consequências para provar a incompetência da polícia e encontrar seu filho.
O filme tem 2h30 de duração das quais, no mínimo, 1h eu passei chorando. Angie aqui da vida a algo que ela é na vida real: uma mãe, uma supermãe. Até então, essa é a última indicação que Angie recebeu ao oscar e foi indicada também ao globo de ouro pelo papel.

Ainda atuando, Angelina agora dedica-se muito a direção, tendo dirigido os ótimos Primeiro, Mataram o Meu Pai e Na Terra de Amor e Ódio, ela também fará parte do time Marvel no cinemas, pois está no elenco do vindouro Os Eternos no papel da super-humana Sersi. Ela sempre teve uma participação bastante constante em filmes de ação, alguns dos quais valem uma menção Lara Croft: Tomb Raider de 2001, O Procurado de 2008 e Salt de 2010 e em suspenses também deu o nome em produções como O Colecionador de Ossos de 1999 ao lado de Denzel Washington e Queen Latifah e Roubando Vidas de 2004, esses dois não sou unanimidades, há quem ame e quem odeie, porém eu acho que ambos valem a pena ser revisitados. Além de seu oscar por Garota, Interrompida ela recebeu em 2013 também o Prêmio humanitário Jean Hersholt da academia do oscar devido a seus trabalhos humanitários em defesa dos direitos e desenvolvimento humano, principalmente em países africanos como o Camboja.

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