5 Filmes de "Desgraçamento" Mental: Jovens.

*ANTES DE COMEÇARMOS* Eu vou abarcar nessa lista 5 obras que destruíram minha mente por alguns dias, um deles por semanas. Então, reflita bem antes de ir atrás de alguma dessas obras. Pense bem se agora é um bom momento para vê-las ou se é melhor deixar pra depois.
Como as obras tratam de termas pesados como abuso de drogas, violência, homicídio e estupro, pode haver gatilhos durante o texto. 

E spoilers. 
Vai ter spoilers pra caramba, porém creio que são filmes que se você for preparado, vai ser até mais melhor. (Além de que é tudo filme com mais de 15 anos).

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Desgraçamento é um termo que tive meu primeiro contato através do INCRÍVEL canal "Redatora de M*%$#" do youtube. Lá, ela tem uma playlist incrível com várias dicas do gênero e a explicação para tal, que você pode ver aqui, porém creio que o nome é meio autoexplicativo, não é mesmo? É quando você vê uma obra que vai te fazer ficar pensando naquilo por um determinado tempo, o que, inevitavelmente, te levará a fazer reflexões sobre você. O desgraçamento começa quando você se obriga a fazer uma pergunta que você não queria, pois sabe que a conclusão é algo que, ou você não está preparado para, ou uma verdade que você nega. Complexo né? Porém, bem simples na prática. 
Eis que me pego pensando que gosto muito do gênero. Creio que logo atrás do terror, vem o "drama de desgraçamento" na minha lista de preferência, então hoje vou apresentar a minha INCRÍVEL lista de: Meus Cinco Filmes de Desgraçamento Mental, Protagonizado por Jovens (por que se não tiver um nome BEM específico, não seria escrito por mim).

CLÁSSICO do sistema educacional brasileiro (porque todo mundo assistiu no ensino médio na escola), o filme alemão lançado em 1981 é a cinebiografia, inspirada na biografia de mesmo título e com a trilha-sonora perfeita do David Bowie (que você pode ouvir aqui), que acompanha a história de Christiane, uma jovem alemã filha de pais separados que em meio a uma crise de identidade descobre as drogas. O filme acompanha a história da devastação que o abuso de drogas causa na vida dela, de seu companheiro e seus amigos.
Sendo um filme alemão dos começo dos anos 80, obviamente os aspectos técnicos do filme são completamente diferentes do que temos hoje em dia. Câmera terrivelmente granulada, fotografia escura pra caramba, mas isso não é um demérito pro filme, pelo contrário, ele contribui para a imersão naquele universo sujo e triste em que essas crianças vivem. É uma história sobre a degradação, pura simples. Sem romantização daquela degradação e deixando claro o crescente desespero da protagonista em estar naquela condição, é bem desgraçador.
Lida com morte, prostituição infantil, abuso de drogas, estupro, violência e questões maternas. Tanto o livro quando o filme são socos no estômago. Esse é um pouco mais difícil de encontrar para assistir.
Dirigido por Uli Edel , o filme foi a única experiência de Natja Brunckhorst com atriz por anos, ela chegou a abandonar a carreira depois de ter interpretado o papel principal do filme.

KIDS
Lançado em 1995 e dirigido por Larry Clark, e com atuação de Chloe Sevigny e Rosario Dawson em começo de carreira, o filme foi polêmico desde seu lançamento. Foi proibido em alguns países e teve cenas cortadas em outros devido as cenas de sexo entre adolescentes (embora os atores fossem maiores de idade, estavam interpretando adolescentes) e as cenas de abuso de drogas. O filme é sobre jovens fazendo merda. Basicamente, o filme trata sobre péssimas escolhas e as consequências dessas escolhas, de um grupo de jovens em um bairro de classe média de Nova York.
Ele lida com abuso de drogas, sexo desprotegido e estupro (em uma cena MUITO pesada de uma adolescente embriagada sendo estuprada por um adolescente soropositivo). Tem completo no youtube, porém pense bem, esse é um dos mais pesados dessa lista.

Deixe-me Viver
"o amor te humilha, o ódio te embala".
Lançado em 2002  sob a direção de Peter Kosminsky, Deixe-me Viver é um dos filmes mais poderosos que já vi na vida! Ao mesmo ponto que ele é completamente desesperador e consegue extrair da gente toda a nossa esperança, ele consegue ser um filme sensível sobre emoções humanas. Uma das principais é o ódio, é basicamente um filme sobre como o ódio pode estruir a vida das pessoas.
Acompanhamos Astrid, interpreta por Alison Lohman, uma adolescente que vê sua vida completamente virada de cabeça para baixo quando sua mãe Ingrid, uma poetiza interpretada brilhantemente por Michelle Pfeiffer, mata um homem que a traiu. Ingrid vai presa e Astrid começa a passar por casas de adoção e famílias adotivas que em uma série de acontecimentos que são uma montanha-russa que nos destrói.
O elenco ainda conta com ótimas interpretações de Renée Zellweger e Robin Wright e lida com relações abusivas entre pais e filhos em diversas configurações de família, estupro, crimes passionais, homicídio, depressão e suicídio. O filme todo é bem devastador mas diferente dos outros, ele tem um final esperançoso.

Elefante
O cinema que veio depois de 99, 99 esse que questionou tanto a realidade em obras como MatrixClube da Luta e O Sexto Sentido, o pessoal nos anos 2000 chegou com os dois pés no niilismo. Obras bem desesperançosas que nos colocam pra pensar coisas que doem. Dessa malâncolia surge aquele que é um dos que mais representa esse gênero: Elefante.
Lançado em 2003 e dirigido pelo diretor experimentalista Gus Van Sant (do controverso remake de Psicose de 99) que é um diretor que admiro muito, o filme é, como descrito pelo Getro no seu vídeo "ELEFANTE: Os Filmes Mais Perturbadores #30" sobre o filme, é uma interpretação do diretor sobre os eventos do massacre em Columbine.
O filme é contado em forma de "capítulos" e acompanhamos vários estudantes, tanto as vítimas quanto os algozes, na manhã do massacre. A câmera do filme está quase sempre posicionada atrás dos personagens que vemos na tela, acompanhamos quase toda a ação do filme de trás de quem está fazendo a ação, logo somos colocados sempre em posição de cúmplices do que está acontecendo na tela dando ao filme um tom quase documental e é um filme dolorosamente niilista.  Passamos 01h20 sabendo como aquela história vai terminar e somos obrigados a ver tudo aquilo sem poder fazer nada.
Além do massacre, a obra lida com temas como a facilidade de acesso à armas no EUA, bullying, sensacionalismo da mídia e a liquidez das relações humanas e consegue fazer isso tudo de uma forma que não apela para sensacionalismo ou violência extrema, inclusive por tratar-se de um filme sobre um massacre, tem pouco sangue, o desesperador está em fazermos parte daquela situação sem poder fazer nada.

Aos Treze
Lançado também em 2003, Aos Treze é o mais "leve" dessa lista. Assim como a série Skins, o filme dirigido por Catherine Hardwicke comumente é, na internet, acusado de lidar com assuntos pesados de forma leviana, o que eu acho uma grande tolice, creio que só acha que Aos Treze e Skins glamorizam aquela degradação que as obras apresentam quem não entende-as de fato.
Acompanhamos Tracy, interpreta por uma Evan Rachel Wood jovem e já mostrando a ótima atriz que é, uma garota toda "certinha" cuja vida vai mudando gradativamente conforme Evie, interpretada por Nikki Reed, a garota mais "atitude" (ainda se usa esse termo?) da escola torna-se sua amiga e começa a participar de sua vida. Ambas tem valores completamente diferente no começo da trama e os conflitos do roteiro giram em torno de como Evie vai fazendo Tracy deixar de lado tudo o que "era" sem perceber que está tornando-se outra pessoa. 
Tem uma fotografia muito legal que vai mudando de tom ao decorrer do filme para acompanhar as mudanças da trama, tem também uma ótima atuação da maravilhosa Holly Hunter como a mãe de Tracy,e a Nikki que, além de atuar assina o roteiro junto com a diretora.
A obra aborda descoberta sexual, relações abusivas, abuso de drogas e estupro.

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